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| Messi até que tentou, mas o Real Madrid se mostrou superior em relação ao atual Barça |
A expressão do maior ídolo da história deste clube demonstra um pouco do que foram esses 2 clássicos em menos de uma semana. No domingo, em pleno Camp Nou, o jogo ficou marcado por um segundo tempo bastante movimentado, no qual a equipe culé foi vítima do fortíssimo potencial coletivo da equipe de Zidane aliado a destaques individuais que definiram a partida, com gols de Piqué (contra), CR7 e Asensio, contra um gol de Lionel Messi em pênalti cavado por Suárez. Mas a grande polêmica não se deu no lance de Luisito, mas sim em lance que envolveu Umtiti e Cristiano, no qual o português caiu dentro da área e o juiz entendeu como simulação. Como havia recebido um cartão amarelo 2 minutos antes, por tirar a camisa na comemoração do gol, levou o segundo e foi expulso. Mas não bastava ser mandado para a rua, o português, indignado com a marcação, empurrou o juiz, o que o levou a ser suspenso por 5 jogos, perdendo a volta da Supercopa e os 4 primeiros jogos da La Liga.
Já na quarta-feira, baile ainda maior da equipe merengue - mesmo sem Cristiano Ronaldo, Bale e Isco. O técnico francês, aliás, merece aplausos pela forma magistral como aparenta saber manusear e rotacionar seu elenco, com tantas estrelas à disposição. O boa vantagem obtida pelo Real no 1º jogo foi ampliada ainda no primeiro tempo, quando Asensio chutou com desgosto para marcar mais um golaço, abrindo o placar, e quando Benzema se aproveitou da lentidão da defesa blaugrana para marcar o segundo após boa jogada de Marcelo.
Sobre a partida, ficou evidente a desorganização tática do Barcelona, com as linhas defensivas muito espaçadas, o que proporcionou espaço para Asensio, que parece estar consolidando de vez seu espaço na equipe madrilenha, e Kovacic, que fez partida impecável. Mas chega de falar sobre eles, devemos nos atentar ao fato de, mais uma vez, André Gomes ter oportunidade no time titular e não corresponder a 10% do que se esperava dele. A escalação do português foi completamente equivocada, afinal ele foi o último jogador a se apresentar na pré-temporada - disputou a Copa das Confederações -, não acrescentou nada ao meio-campo catalão e não parece ter disposição para entregar-se com vontade em compensação pela ineficiência técnica. Seria muito mais viável introduzir Denis Suárez ou Aleñá ao time, ainda que para testar variações táticas ou dar rodagem ao garoto, do que forçar a escalação de André Gomes.
Mas vejam bem, isso não é motivo para crucificar Ernesto Valverde. O treinador chegou há pouco tempo no clube, perdeu um dos maiores destaques do time sem ao menos jogar uma partida oficial com ele e tentou fazer algo para mudar o desempenho da equipe após a derrota em casa no final de semana. A opção pelo 3-5-2 foi válida, ainda mais considerando o desempenho pífio de Aleix Vidal no jogo de ida, e apesar de alguns criticarem a não utilização de Semedo desde o início, é compreensível a tentativa de povoar o meio-campo para anular a criação de jogadas do adversário.
Entretanto, a tentativa foi um fracasso e o Barça tomou um baile tático e técnico do Real, algo não visto há muito tempo - além de que, pela primeira vez desde 2008, terminamos com menos posse de bola. Alguns podem pensar coisas do tipo: "foi só Neymar sair que o Barça caiu", mas os problemas do Barcelona passam longe desse motivo. É evidente que a queda técnica sofrida com a saída do brasileiro é significativa, todavia os sintomas expostos ao mundo após essas duas finais já vinham sendo sentidos desde a temporada passada, mas eram ofuscados pelo brilho de um dos maiores - quem sabe até o maior - trio de ataque que o futebol já viu.
O declínio que a equipe demonstra hoje, é fruto de um mau planejamento e má administração da diretoria. A cúpula de Bartomeu vem destruindo o "estilo Barça de ser" a cada ano, e o principal erro deles ao meu ver passa pela total incoerência e rejeição com as quais vem sendo tratada La Masia. A essência culé sempre se deu pelo brilho dos jovens formados em casa, e esse deveria ser o objetivo das categorias de base: formar os jogadores com o DNA Barça para que possam ter oportunidades de destaque no time profissional e não essa obsessiva e errônea indução à busca por títulos em categorias inferiores.
O grande impecilho em algumas pessoas reconhecerem a culpa da diretoria é o triplete espetacular de 14/15, mas é necessário se reinventar e, como Busquets disse em entrevista nessa semana, rejuvenescer o elenco. Sim, é notável que ele, assim como outros grandes líderes do elenco, está insatisfeito com a atual situação e acredito que, além da forte presença da torcida protestando nas redes sociais, o posicionamento dos "homens fortes" do vestiário atual e passado - daí incluem-se Iniesta, Xavi, Piqué, Busquets, Messi, Puyol, etc - devem ajudar a bater de frente com os maiores culpados pela fase terrível que está chegando. É de dar pena, ver o melhor jogador de futebol do mundo, ainda no seu auge técnico, viver em um clube onde a diretoria não colabora e praticamente reza de joelhos para que ele decida todas as partidas. É necessário contratações? Sim, urgentemente! Mas também é preciso olhar para trás e reconhecer o significado desse clube, a base de sua grandeza, e com isso, voltar a dar espaço e investimentos para que La Masia mantenha o DNA Barça.
Tots units fem força! Salvem o Barcelona!
